domingo, 1 de novembro de 2009

COROA DE FLORES NUNCA VAI CHEIRAR A FLOR

Sempre fiquei intrigado com quem diz, com mais saliva do que dentes: eu não o leio porque não faz meu tipo. Ou eu não gosto dele porque é concretista. Aquele cara não presta porque é conservador, neo-romântico. Não fui com o jeito de pronunciar o efe daquele autor. As aparências enganam, mas a falta de aparência engana mais ainda.
Há centenas de tipos de letras, mas a maioria ainda continua a escolher a times new roman. Porque é a primeira que aparece. Os hábitos provocam o desaparecimento da personalidade, a rotina preserva a não-existência. Fazer tudo da mesma forma é um jeito quase seguro de não aparecer, de ser invisível.
A literatura não é uma religião, não há a figura de um padre ou pai-de-santo ou pastor ou rabino a seguir. É uma solidão dentro do nome. Mais desaforo do que elogio. Mais dúvida do que dogma. Estranheza em estado bruto, inadiável, que inverte a ordem do senso comum, cava contradições, fornece velocidade ao idioma, não é para enrolar, mas para dizer unicamente o necessário. Um bom livro não adormece, instaura a insônia da alegria, a euforia de ter encontrado a palavra certa para o que vivemos ou podemos viver. O poema, por exemplo, tem que ser simples, não simplório; rápido, não fácil; autêntico, não rebuscado.
Está se precipitando uma guerra pouco santa. Encalha-se no narcisismo desde a leitura. A criação apenas a amplifica. Acredito que se desaprendeu a ler para reafirmar a vaidade da autoria. Todo leitor se transforma em um escritor apressado, louco para se enxergar estampado na capa de alguma brochura. Ou seja, o leitor está mais interessado em escrever do que ler. E ler se converteu em escritura anônima. Segue-se uma receita, com a covardia em preparar o almoço de olho e acrescentar novos ingredientes. Nada disso seria problema, mas acaba-se não sabendo ler o que não é espelho, intimidando possibilidades de transgressão e aventuras na linguagem. O que não é espelho é rosto e muitos se apavoram em olhar de frente os olhos abertos que não os seus. Não se lê outros autores porque se está interessado unicamente em reiterar a identidade. Assim, ninguém lê ninguém, o autor somente se procura em cada livro e não valoriza o que difere de sua voz. Ao invés de multiplicar as diferenças, somam-se as subtrações. A megalomania na leitura gera mais crítica dentro da criação do que criação. Os livros passam a ser ensaios de como se escrever mais do que narrativas e poesias versando sobre o cotidiano. O que era para servir para entrar no mundo assumiu o caráter de fuga do mundo. Os escritores lêem escritores para se amar duas vezes, mergulhando em uma metalinguagem sem bilhete de volta. Esquecem que o público não está interessado em manuais de datilografia ou de poemas falando de poemas. Coroa de flores nunca vai cheirar a flor.
Não aprendi muito na literatura, mas algo me previno: eu não leio para repetir o que escrevo. Nem escrevo para repetir o que leio.


Carpinejar

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Que pare agora!

Queria que esse tempo parasse e me permiti-se escrever tudo o que penso por agora. Esse agora tão sempre e sempre tanto que me sufoca , me engole, me recolhe na ausência de tempo!

Ainda eu.

domingo, 19 de julho de 2009

E não diga...

Veja!Beba!Tente!


Não pense
Que a cabeça agüenta
Se você parar!


Se é de batalhas
Que se vive a vida

Tente outra vez!...


RAUL

quinta-feira, 18 de junho de 2009

ele disse...

...E há tempos
O encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos...

Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem...



...serei medrosa ...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Dedicada a Beatriz, Bailarina e "Geni"....

Florindo



Por que você chora tanto
E sofre sem ter motivo?
Vai, deixa todo esse rancor pra trás
Que a vida vem sorrindo pra nós dois

Que bom ver você florindo
Desperta, cheia de luz e de verdade
Deixa fugir do seu peito
Essas marcas de um passado que só vão te magoar

Paixão,

Quem quer viver bem no presente encontra o seu lugar
Seu lugar nos braços do sossego
Enquanto uns dizem que o tempo não pára
Outros dizem que o tempo
Não passa de ilusão, ilusão

Deixa estar, que a vida é mais sábia
Cada coisa tem seu tempo
E esses pensamentos
Não passam de nuvem rasa
E todo esse sofrimento
Não pertence à sua casa
Cesso esse tormento,
Enxugo todo seu pranto
Com a força e com o sentimento
Que carrego no meu canto...



Mariana aydar

Meu Mundo é o Barro

Moço, peço licença
Eu sou novo aqui
Não tenho trabalho, nem passe, eu sou novo aqui

Eu tenho fé
Que um dia vai ouvir falar de um cara que era só um Zé
Não é noticiário de jornal, não é

Sou quase um cara
Não tenho cor, nem padrinho
Nasci no mundo, sou sozinho
Não tenho pressa, não tenho plano, não tenho dono

Tentei ser crente
Mas, meu cristo é diferente
A sombra dele é sem cruz, dele é sem cruz
No meio daquela luz, daquela luz....



o rappa

terça-feira, 19 de maio de 2009

....

A cada dia vivido tenho mais certeza de que "quem me vê assim sorrindo não sabe nada sobre mim"....

"""" Ruanitas"""""

*Obrigada


Obrigada por só me dizer "TE AMO" quando estamos na cama
Obrigada por dizer que minhas lágrimas não passam de drama
Obrigada por você dizer que sempre foi um cara fiel
Obrigada por você representar a vida inteira um papel


THANK YOU VERY MUCH
MERCI BEAUCOUP
BYE BYE AND FUCK YOU

THANK YOU VERY MUCH
MERCI BEAUCOUP


Obrigada por você me condenar e se iludir com a riqueza
Obrigada pela sua vaidade, pela sua frieza
Obrigada por você me esquecer no meio do desespero
Obrigada por você dizer que eu queria só teu dinheiro


THANK YOU VERY MUCH
MERCI BEAUCOUP
BYE BYE AND FUCK YOU

THANK YOU VERY MUCH
MERCI BEAUCOUP

Obrigada por dizer que engordei e que estou fora de forma
Obrigada, por falar da sua Ex pra mim a toda hora
Obrigada por olhar pra outras com aquela cara de cão
Obrigada por você gozar primeiro e me deixar na mão


THANK YOU VERY MUCH
MERCI BEAUCOUP
BYE BYE AND FUCK YOU

THANK YOU VERY MUCH
MERCI BEAUCOUP


Obrigada por você calar meu grito e rasgar meu poema
Obrigada mas agora dá o fora e vai saindo de cena
Obrigada, meu benzinho, mas já era agora senta e chora
Obrigada pela oportunidade de te ver indo embora


THANK YOU VERY MUCH
MERCI BEAUCOUP
BYE BYE AND FUCK YOU

THANK YOU VERY MUCH
MERCI BEAUCOUP

THANK YOU VERY MUCH
MERCI BEAUCOUP
BYE BYE AND FUCK YOU

THANK YOU VERY MUCH
BYE BYE


#Mulherada com um som hiper interessante!!!!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O Vencedor

Olha lá, quem vem do lado oposto
Vem sem gosto de viver
Olha lá, que os bravos são
Escravos sãos e salvos de sofrer
Olha lá, quem acha que perder
É ser menor na vida
Olha lá, quem sempre quer vitória
E perde a glória de chorar
Eu que já não quero mais ser um vencedor
Levo a vida devagar pra não faltar amor

Olha você e diz que não
Vive a esconder o coração

Não faz isso, amigo
Já se sabe que você
Só procura abrigo
Mas não deixa ninguém ver
Por que será?

Eu que já não sou assim
Muito de ganhar
Junto às mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
Só pra viver em paz


Camelo


terça-feira, 12 de maio de 2009

Dia do cano

"Em breve extremos saindo pelo cano,

A boca é fina e o funil é largo

O fundo é falso

O tampo fecha

E a tampa abre

Voa, voa ...A turma do funil

Tudo mundo bebe mas "é eu" que levo a fama

Todo mundo fuma , mas sou eu que levo o fumo

Todo mundo pensa , mas não leva a recompensa..."

quinta-feira, 30 de abril de 2009

"Se não entendo tudo, devo ficar contente com o que entendo.
E entendo que vejo estas árvores e que tenho direito a minha
língua e que posso olhar nos olhos dos estranhos e dizer:
não me desculpe por não gostar do que você gosta;
não me olhe de cima para baixo; não me envergonhe de minha fala;
não diga que minha fala é melhor do que a sua;
não diga que eu sou bonito, porque sua mulher nunca ia ter casado comigo;
não seja bom comigo, não me faça favor;
seja homem, filho da puta, e reconheça que não deve comer o que eu não como, em vez de me falar concordâncias e me passar a mão pela cabeça; assim poderei matar você melhor, como você me mata há tantos anos."

(Vila Real)

ADeus, a Beatriz

E a janela bateu.
O vento era eu pulando através dela.
Não! Não pulava para a morte. Pulava para liberdade.
Há quem diga que acabei de forma horrível sobre aquele chão.
Há quem jure que nunca, nunca estive tão liberta.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

" Segue o teu destino.

Rega tuas plantas.

Ama as tuas rosas.

O resto é a sombra de árvores alheias."




Ricardo Reis

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sorriso aberto

' com sorriso aberto Jovelina canta a tristeza... e como é lindo. Uma Homenagem a esta forma de canta-la...'


Foi ruim a beça
Mas pensei depressa
Numa solução para a depressão
Fui ao violão
Fiz alguns acordes
Mas pela desordem do meu coração
Não foi mole não

Quase que sofri desilusão

Tristeza foi assim se aproveitando
Pra tentar se aproximar
Ai de mim
Se não fosse o pandeiro, o ganzá e o tamborim
Pra ajudar a marcar (o tamborim)

Logo eu com meu sorriso aberto
O paraiso certo, pra vida melhorar
Malandro desse tipo
Que balança mais não cai
De qualquer jeito vai
Ficar bem mais legal
Pra nivelar
A vida em alto astral."


Letra: Guará

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Verdades e mentiras

O tempo todo criam-se regras, objetivos a serem alcançados para poder se dizer realizado humanamente, no entanto para aqueles que não almejam ganhar um milhão ou coisa semelhante, quando sentem já ter preenchido todo o "formulário" da vida e mesmo assim continuam sentindo o vazio...o que fazer??!!
Lhe disseram que era preciso fazer faculdade, namorar,trabalhar , se sustentar, ter algumas horas de lazer...e simplesmente tudo estaria perfeito...por que não se sente a perfeição agora?? Pregaram-me uma mentira..estou furiosa!!!

sábado, 18 de abril de 2009

Eu tô tentando

Eu tô tentando largar o cigarro
Eu tô tentando remar meu barco
Eu tô tentando armar um barraco
Eu tô tentando
Não cair no buraco...

Eu tô tentando tirar o atraso
Eu tô tentando te dar um abraço
Eu tô penando
Prá driblar o fracasso
Eu tô brigando
Prá enfrentar o cagaço...

Eu tô tentando ser brasileiro
Eu tô tentando
Saber o que é isso
Eu tô tentando ficar com Deus
Eu tô tentando
Que Ele fique comigo...

Eu tô fincando meus pés no chão
Eu tô tentando ganhar um milhão
Eu tô tentando ter mais culhão
Eu tô treinando prá ser campeão...

Eu tô tentando entrar em forma
Eu tô tentando enganar a morte
Eu tô tentando ser atuante
Eu tô tentando ser boa amante...

Eu tô tentando criar meu filho
Eu tô tentando fazer meu filme
Eu tô chutando prá marcar um gol
Eu tô vivendo de Rock'n Roll...

Eu tô tentando
Ser feliz (Ser Feliz!)
Eu tô tentando
Te fazer feliz...


Kid Abelha

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ausência de fome

Sempre fui faminta por tudo, porém tenho que admitir que tenho me sentido sem fome.Não sei bem o que é ,mas pareço parada ,imóvel,impermeável, indisposta na minha profissão de sentir. Tenho deixado de sentir vontades. É nessa ausência tenho refletido muito como era sentir-las intensamente e como está sendo não tê-las em intensa expressão. Quero voltar a mim mesmo me entupir de besteiras, de futilidades. Quero engordar minhas incertezas e chorar, e sofrer, e rir muito quando elas passarem por mim. Quero continuar sendo inocente para minha idade, e me abismar com coisas que todos já se acostumaram, quero ser estranha como sempre fui... me deixa ser eu.


“Finjo não saber que o tempo passa logo
Finjo pra tentar conter a minha dor
Finjo não notar, mas toda noite choro
Choro de saudade do que já se foi...
Mas também quero tropeçar nas mesmas pedras do caminho
Refazer a mesma rota que o meu coração traçou...”

Flávio Venturini

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Beatriz

"Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende que como e quando você me vê passar."

Clarice Lispector

segunda-feira, 30 de março de 2009

...e ando quietinho, calado...

Palavras estão me faltando por esses dias.Não tenho um único motivo para isso. Talvez tenha todos e não saiba,possa ou queira nomear como causador desse absoluto silêncio.Tenho necessitado falar, escrever mas não tenho tido paciência para pensar nas coisas que eu mesmo sou.Sou??!!

Me Deixa Falar

Onde andam meus amigos que não aparecem mais
Será que me abandonaram e eu fiquei,
fiquei pra trás
Mas eu não ligo, sou eu que mando
Conto comigo numa confusão
Tudo o que eu quero eu consigo
Tenho essa sensação
O que foi que aconteceu nesse mundo masculino
Ora é moda o latin lover disfarçado de bom menino
Brasileiros, marcianos fazem tanto prá agradar
Mas querem muito, querem tudo
Só não querem me escutar
Me deixa falar, me empresta um ouvido
Me deixa falar, me presta atenção
Se não me escutar, cuidado comigo
Eu perco a razão
Atiro tudo o que eu tenho na mão
Apresento as mesmas armas, tão antigas de tão usadas
Você diz que eu sou criança, louca, mansa...
Mas eu não corro nenhum perigo
Conto comigo numa confusão
Tudo o que eu quero eu consigo
Tenho essa sensação
Me deixa falar, me empresta um ouvido


Kid abelha

quinta-feira, 5 de março de 2009

Quelqu'un M'a Dit (tradução)





Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa,
Elas passam em instantes como murcham as rosas.
Disseram-me que o tempo que desliza é um bastardo
Que das nossas tristezas ele faz suas cobertas

No entanto alguém me disse...
Que você ainda me ama,
Foi alguém que me disse
que você ainda me ama
Seria isto possível então?

Disseram-me que o destino debocha de nós
Que não nos dá nada e nos promete tudo
Faz parecer que a felicidade está ao alcance das mãos,
Então a gente estende a mão e se descobre louco
No entanto alguém me disse...

Mas quem me disse que você sempre me amou?
Eu não recordo mais, já era tarde da noite,
Eu ainda ouço a voz, mas eu não vejo mais seus traços
'ele ama você, isso é segredo,
não diga a ele que eu disse a você'

Sabe, alguém me disse...
Que você ainda me ama,
Disseram-me isso realmente...
Que você ainda me ama,
Seria isto possível então?


Composição: Carla Bruni

segunda-feira, 2 de março de 2009

Number 2...que felicidade...




Parafraseando e molestando a singular Clarice " felicidade é pouco, isso que sinto ainda não tem nome"...obrigada Bailarina [ http://topografiadeinteresses.wordpress.com/]...Te amo!

Vamos as regrinhas:

Todo selinho tem regras. Nesse caso, funciona assim:

1.
Publicar o link da pessoa que o nomeou;
2.
Escrever estas regras no blog;
3.
Contar 6 coisas aleatórias sobre você;
4.
Indicar mais 6 pessoas e colocar os respectivos links no final do post;
5.
Avisar as pessoas que indicou, deixando um comentário em seu blog;
6.
Deixar os indicados saberem quando publicar o seu post.

Seis Coisas sobre mim...alguém quer mesmo saber??!!Hummmm...joguei:

1. Como sempre ressaltam, amo vestidos curtos, saias ,sementes...

2. Sou dependente de Música e Literatura, já fiquei internada e fiz diversos tratamentos..não deram resultado.

3. Preciso estar sempre em contato com a natureza...ao contrário pereço.

4.Sou romântica, louca e pirada.

5.Apaixonada por suco de melão.

6.Unhas feitas...se não tenho crises...Fútil né...sou eu....


Amo muito tudo isso:

http://topografiadeinteresses.wordpress.com/

http://paisagemdechuva.blogspot.com/

http://banalidadesindispensaveis.blogspot.com/

lorothas.wordpress.com/

josiescrevedora.blogspot.com/

http://anjinluz.blogspot.com/


Beijos enormes a todos...

Seguindo o roteiro : Selinho number 1.



Palavras faltam em tantos momentos..esse é um deles...
Recebi este presente direto do http://miiparanhos.blogspot.com/ e passo a mais dez blogs. Meus precious presents para vocês:

http://banalidadesindispensaveis.blogspot.com/
http://paisagemdechuva.blogspot.com/
http://josiescrevedora.blogspot.com/
http://miiparanhos.blogspot.com/
http://topografiadeinteresses.wordpress.com/
http://simpaticomundomeu.blogspot.com/
http://mapoubelleetmoi.blogspot.com/
http://lorothas.wordpress.com/
http://esquinadodesacato.blogspot.com/
http://responsavelporaquiloquecativas.blogspot.com/

Regrinhas criadas por alguém, se sentirem vontade..sigam...

1. Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” que você acabou de ganhar
2. Poste o link do blog que te indicou.
3. Indique 10 blogs de sua preferência.
4. Avise seus indicados.
5. Publique as regras.
6. Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7. Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação.

Beijos

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Para perfeita Bailarina...

Suuuu...não precisa olhar para mim,
pois fazendo isso verá apenas minha casca,
para ver o que realmente vale precisa estar olhando para dentro!
Da minha janela não vejo nada, no entanto olhando para além dela imagino tudo,
e ao imaginar torno real...tenho esse poder..sei que você o tem também.
Trago impregnada em mim a mais triste das melancolias, de fato não tenho como arranca-la,ou mesmo "não falar mais dela", mas tenho descoberto que posso senti-la.Isso me faz especial, não triste..especial, só isso.
Seus olhos são perfeitos...afinal você é a BAILARINA...
PERMITA-SE DEBRUÇAR COM CALMA EM SUA JANELA, RESPIRE FUNDO E FECHE OS OLHOS...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Acalanto

Choro de criança
Sonora cantiga
Levo a minha vida
Como posso levar

Luz que acende o dia
Flor que enfeita o nome
Vim não sei de onde
Vim de qualquer lugar

Da minha janela
O mundo é amor
Natureza bela
Sol já vai ser pôr

Amores da infância
Pai, mãe e irmão
Fica a esperança
Não é só a imaginação

Beijo em forma de canção
Girassol, bate luz, giração
Eu falo de coração
Não consigo lembrar

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Mudança de comportamento...

Após um comentário de um grande amigo,que já considero pra caramba,passei a olhar melhor minhas postagens é cheguei a conclusão que Pra lá de marraquexe não pode ser algo tão melancólico assim.
É claro que em todo percurso pensamentos vão e vem e tristezas e alegrias fazem parte de tudo para quem se permiti sentir.No entanto, podemos sentar agora e admirar a beleza em volta...sem pesar...


...Meu vício agora...


Não vou mais falar de amor
De dor, de coração, de ilusão
Não vou mais falar de sol
Do mar, da rua, da lua ou da solidão

Meu vício agora é a madrugada
Um anjo, um tigre e um gavião
Que desenho acordada
Contra o fundo azul da televisão

Meu vício agora...
É o passar do tempo
Meu vício agora...
Movimento, é o vento, é voar...é voar

Não vou mais verter
Lágrimas baratas sem nenhum porque
Não vou mais vender
Melôs manjadas de Karaokê

E mesmo assim fica interessante
Não ser o avesso do que eu era antes
De agora em diante ficarei assim...
Desedificante

Meu vício agora...
É o passar do tempo
Meu vício agora...
Movimento, é o vento, é voar... é voar


George Israel/Paula Toller

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Pelas beiradas...

Tudo soa meio estranho no momento.

Quanto mais se tenta pior fica.

Ficar. Onde? Por quê? Quando foi

que me botei aqui de maneira tão inescrupulosa.

Engraçado como o tempo

passa e as lembranças não conseguem

dar conta de todos os detalhes.

Hoje me lembrei daquele dia

As imagens não se fazem mais

Nítidas na memória, mas o cheiro,

Esse cheiro consigo sentir

Sempre que fecho os olhos.

Destroços de um coração,

Migalhas de sentimentos pelo chão,

Paixão tardia, vadia, ladra pelo seu

Objeto de desejo.

Amanheceu e o sol não veio, o coração tomba pelas beiradas.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Socorro...

Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir
Socorro, alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor nem dor
Já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento,
Acostamento,
Encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada


Composição: Arnaldo Antunes / Alice Ruiz

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Quando?

Quando a cidade dormiu?
O mundo sempre esteve de portas abertas
Nunca entendi porque você mantinha as janelas fechadas.

Você nunca teve nada de valor
Quem se interessaria em levar sua miséria!?
Ou era tão miserável que se agarrava a ela
igual fosse a um tesouro.

Um homem atado
em convicções e convenções
Não abre a mão, nem dá adeus
A vida passa ao lado e sempre dá pra vê.

Vai, conta teus tostões
esconde teu colchão
Antes que eles vejam.
Quem merece descanso?
Estão todos cansados
Os olhos já nem veêm as cores todas.

Visíveis eram os laços que ele cortou
e calçou os sapatos e rompeu a porta
Não era nada e ele sabia.
O cara com sede nos olhos
já estava longe pra voltar atrás
tinha o bolso vazio
e a alma igual.
Quis fugir denovo, mas já era a fuga
e onde estivesse
O cara com sede nos olhos
jamais estaria saciado.

Ed.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

...Vienna...

Devagar criança.
A ambicão é grande demais para um jovem.
Mas se você é tão esperto, diga
porque continua com tanto medo?
Onde está o fogo? Para que a pressa?
É melhor aproveitar isso antes de perder,
Há muito o que se fazer e o dia tem tão poucas horas.

Quando a verdade é contada
você pode conseguir o que quer ou pode apenas ficar velho.
Você não pode ser tudo que você quer ser, antes do seu tempo.
Embora isso seja tão romântico no limite de hoje a noite ao mesmo tempo
Tão ruim, mas é a vida que você segue.
Você está tão adiante de si mesmo que esqueceu o que precisa.
Apesar de poder ver quando está errado
Você sabe, nem sempre se pode ver quando se está certo.

Você tem sua paixão, você tem seu orgulho
Mas você não sabe que apenas bobos ficam satisfeitos?
Sonhe, mas não pense que todos os sonhos se realizarão.
Quando você perceberá? Vienna espera por você.

Devagar...
Tire o telefone do gancho e desapareça por um instante.
Tudo bem, você pode permitir-se perder um dia ou dois.
Vienna espera por você.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Certezas?!

"..tenho por princípios
Nunca fechar portas
Mas como mantê-las abertas
O tempo todo
Se em certos dias o vento
Quer derrubar tudo?..."

Essa inconstância que me move, o que fazer com ela? Jogar fora não posso!
Dar a alguém não ouso...e o vento derruba tudo..tudo..

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

...

Tenho me redescoberto por esses dias. Às vezes cheiro a leite, outras a flor. Isso é bom, apesar de ter na alma algumas marcas feitas a ferro quente, não mais sinto dor... Talvez sinta dó...mas isso eu vou deixar para depois, agora farei minhas unhas...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Minha casa

É mais fácil
Cultuar os mortos
Que os vivos
Mais fácil viver
De sombras que de sóis
É mais fácil
Mimeografar o passado
Que imprimir o futuro...

Não quero ser triste
Como o poeta que envelhece
Lendo Maiakóvski
Na loja de conveniência
Não quero ser alegre
Como o cão que sai a passear
Com o seu dono alegre
Sob o sol de domingo...

Nem quero ser estanque
Como quem constrói estradas
E não anda
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas...

Amoras silvestres
No passeio público
Amores secretos
Debaixo dos guarda-chuvas
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar...

Veja o mundo passar
Como passa
Uma escola de samba
Que atravessa
Pergunto onde estão
Teus tamborins?
Pergunto onde estão
Teus tamborins?
Sentado na porta
De minha casa
A mesma e única casa
A casa onde eu sempre morei
A casa onde eu sempre morei
A casa onde eu sempre morei...

Zeca...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

João e o pé...

Cortara muitos hectares de cana até conquistar a devida quantia em dinheiro para comprar a tal passagem para o sonho. Com as mãos negras e grossas da lida, um rosto de pele branca escondido sob a poeira e o suor víamos cintilar o desejo de voar, voar para o que chamava de sonho impossível. Atendia pela alcunha de João, como tantos outros. Sobrenome: Nordeste Brasil. No dia que comprara a passagem de um ônibus clandestino olhou através das poltronas rasgadas, das pessoas suadas, da carcaça desumana uma pequena abertura, uma passagem, um buraquinho onde de olhos fechados se jogou para cair na cidade do Rio de Janeiro. Não trouxera malas, não havia o que por dentro delas. Trouxera apenas no corpo uma camisa de botões branca e uma calça de linho antiga, presente de seus padrinhos, que por ventura haviam sido presenteados com vestimentas não mais usadas por seus patrões.

A viagem do veículo clandestino termina em uma rua qualquer no centro. Com alguns tostões, muita fome e nenhum destino João segue andando pelas calçadas. Observa pessoas sujas como se saíssem de um dia inteiro de trabalho no canavial. Não entende, mas havia tantas outras coisas que também não entedia, deixou por isso mesmo. Os dias passam o sonho não veio, o abrigo já não atende as necessidades mínimas, a rua volta a ser uma estrada de busca, norte de alguma mudança. As “amizades” surgem, a ingenuidade de João é um convite. A moradia cai do céu, ou levará ao céu. Um pequeno barraco para chamar de seu. Um pequeno quintal de terra e algumas sementes na mão. Eis que surge a pequena plantação de João. Não viera para cidade grande para cuidar de plantações, porém pagavam bem pela sua “hortaliça” e isso é o que estava valendo.

Dotado de uma ingenuidade pueril, João aos olhos dos outros era um grande cara-de-pau, um típico canastrão. Como poderia alguém tão ingênuo? Só poderia ser um ator representando muito bem um papel. A verdade é que João era de uma inocência impar, singular, não obtinha nenhum conhecimento sobre a arte de atuar, viera de um lugar onde a eletricidade, a educação e as verbas destinadas a fazer com que ela acontecesse fizeram a curva bem antes, acho que na mesma esquina em que Judas perdeu as botas. Matemática ele sabia, acho que já nascera sabendo quantas toneladas de cana cortada lhe dariam as modestas refeições semanais. Sua pequena horta prosperava. Pensava João: – Que bom negócio.

Certo dia cansou de comer a quentinha da tia Tereza, que sempre lhe pareceu um banquete em comparação ao que comeu durante boa parte de sua vida, decidiu cozinhar. Apanhou alguns molhos de “verdura” da sua horta, refogou metade e transformou em salada crua a outra. – O gosto é horrível! Constata João. – De certo isto não presta para comer. No entanto nem chegara a descobrir. Passaram-se dois dias e a manchete de um jornal popular dizia: “João e o pé de Maconha”. Em uma matéria de capa líamos: Nordestino leitor do conto infantil João e o pé de feijão vem para cidade do Rio de Janeiro enriquecer plantando maconha. E lá se foi nosso João tentar contar a sua história para as “autoridades”, história ingênua demais para esse Gigante; simples demais para a arte literária; real demais para ser ficção. João hoje sonha, sonha todos os dias e noites com a cana-de-açúcar, por que a “cana” que vem tendo é amarga e dura demais.

Nalgum lugar

Nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
De qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio:
No teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
Ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
Teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
Embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
Me abres sempre pétala por pétala como a primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa (2x)
Ou se quiseres me ver fechado, eu e
Minha vida nos fecharemos belamente, de repente
Assim como o coração desta flor imagina
A neve cuidadosamente descendo em toda a parte;
Nada que eu possa perceber neste universo iguala
O poder de tua intensa fragilidade: cuja textura
Compele-me com a cor de seus continentes,
Restituindo a morte e o sempre cada vez que respira
(não sei dizer o que há em ti que fecha
E abre; só uma parte de mim compreende que a
Voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas


Zeca Baleiro

domingo, 11 de janeiro de 2009

Quintana!

''...E que fique muito mal explicado.
Não faço força para ser entendido.
Quem faz sentido é soldado..."

Mário Quintana.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

[noises] Parte I


[noises] Ruídos de uma pós-adolescência. Parte I


“Quando o carteiro chegou e meu nome gritou com a carta na mão” segurei meu cão pela coleira, mas o soltei em seguida e deixei que comesse as cartas (contas), afinal nutria uma fome de no mínimo três dias, não seria justo com ele querer que entendesse essa ridícula situação, era apenas um animal. Olhei de rabo de olho novamente para o carteiro, talvez eu o comesse. Deixaria para o cão suas roupas, uma péssima combinação de amarelo ovo e azul.
Bem, há dois meses quando vim para cá, trazia minha mala e alguns moveis. Na cabeça sonhos de liberdade, no entanto o que resta hoje na mesma cabeça é a palavra fome, no estomago também. Com o tempo nada mais parece um sonho. A “casa”, três cômodos em uma modesta vila, possuía paredes brancas que pareciam me transportar para as nuvens, hoje trazem manchas de infiltrações maquiadas por uma tinta que faz questão de se desfazer em pedaços pelo chão [irritante semelhança comigo]. Os vizinhos me procuram para reivindicarmos essas questões, mas me lembro que mais uma vez preciso procurar emprego.
Vinte e poucos anos, diplomas em punho, experiência vasta em estágios de como vencer na área, agora, nunca pensei que o que realmente contaria seria a experiência em gente. É isso mesmo! Gente com letras maiúsculas. Alguém sempre tem que te conhecer e você conhecer alguém. Diplomas de graduações, mestrados, afins são apenas papeis que um dia alguém dará para o cão comer. Lembro-me da minha mãe, em vários momentos de repressão ao meu jeito, dizer:
– Essa sua mania de gostar de gente...
Confesso que eu não entendia até dois meses atrás, mas agora entendo: “Gente não se gosta, se conhece, se usa e pronto”.
Chego à última entrevista do dia: Salto, calça slim fit, regata, lenço palestino no pescoço, óculos... Fiu... Fiu... Gostosa!!! [frase entoada pelo recepcionista do edifício]. Nem tudo parece estar perdido, dizem que para uma mulher o seu pior inferno astral é quando passa em frente uma construção e ouve apenas o silêncio. [risos no elevador] Tenho que me concentrar, enfim a entrevista: Sento-me e de forma serena respondo quase todas as perguntas. Enquanto minha boca fala o necessário, minha mente viaja profundamente em cada riso, choro, brincadeira, dificuldade, vontade de desistir, medo, glória, derrota, sentimentos comprimidos e representados por papeis que simbolizam cada ciclo iniciado e fechado ao longo da vida. Gasto todo meu potencial mental e profissional, porém levando em conta a última pergunta feita após um “entraremos em contato com você de acordo com as necessidades da empresa” as palavras de nada valeram. E a pergunta que ficou sem resposta foi: Quer sair comigo está noite?
Chego ao portão da vila, que talvez devesse chamar de casa. O cão ainda se diverte com os papeis tentando embrulhar o estômago, o meu canta ópera de tanta fome. Não entro. Pego o ônibus. Sento na janela. Tenho somente a ida, talvez não devesse mais voltar. Após quase uma hora de viaGem, salto na “minha casa”...agora casa de meus pais,onde sou uma visita, filha que retorna após dois meses de liberdade. Recebem-me com uma farta mesa. Palavras?! Eu não as tenho mais. Volto ao meu antigo quarto. Deito em minha eterna cama e durmo o sono de uma criança de cinco anos. Sem pressa e sem necessidade de acordar.

Van [?]

...aos meus amigos declarados ou não...


"Para ser possível viver na vida impossível eu escrevo" Moacir Scliar
Uma carapuça criada por Scliar que cai perfeitamente em todos nós.